Disney é processada por alergia e morte, mas quer arquivamento porque cliente assinava streaming
Por: Keli Lima Neves
Mulher morre após reação alérgica na Disney? Você já ouviu falar sobre esse caso?
De acordo com o site da NBC News, o marido de uma médica de Nova York entrou com uma ação judicial alegando que ela morreu de uma reação alérgica por negligência de uma restaurante da Disney na Flórida.
A denúncia alega que, em 5 de outubro de 2023, o Raglan Road Irish Pub e Restaurant (restaurante localizado na Disney Springs) serviu a Dra. Kanokporn Tangsuan alimentos contendo alérgenos, apesar de terem sido questionados pelo casal e terem informado que podiam garantir a segurança da alimentação da Dra. Kanokporn, que era alérgica a proteína láctea e nozes.
Tangsuan, morreu naquela noite e de acordo com o processo legal, a morte dela foi confirmada por um legista como “resultado de anafilaxia devido a níveis elevados de laticínios e nozes em seu organismo”.
Tangsuan, Piccolo e sua mãe foram ao restaurante do Disney Springs, um complexo de compras e restaurantes do Disney World, em 5 de outubro para jantar.
Segundo a notícia da BBC News, o processo judicial, Piccolo deixa claro que tiveram cuidado com a escolha do restaurante e que a decisão foi tomada por acreditarem, após conversa com equipe do estabelecimento que estariam seguros.
O processo diz que a Disney e o Raglan Road disseram que atender pessoas com alergias é uma prioridade máxima e que os clientes podem consultar os membros da equipe sobre ingredientes específicos.
O casal disse ao garçom que Tangsuan tinha alergias graves e não podia consumir alimentos com leite e nozes. Quando perguntaram se itens específicos eram livres destes alérgenos, o garçom respondeu que eles poderiam ficar tranquilos.
Quando alguns pratos chegaram estava, sem a identificação – “bandeiras livres de alérgenos”, o casal perguntou novamente, e a resposta do garçom foi a mesma, diz o documento.
Após a refeição, por volta das 20h, Piccolo voltou para o quarto de hotel do casal nas proximidades, e Tangsuan ficou no Disney Springs para fazer compras, diz o documento.
Por volta das 20h45, ela começou a ter dificuldade para respirar, foi até um restaurante próximo e desmaiou “enquanto sofria de uma reação alérgica aguda grave”.
Ela usou seu medicamento (EpiPen) em uma tentativa de parar a resposta alérgica de seu corpo. Uma pessoa que viu a situação ligou para o 911, e os paramédicos correram com Tangsuan para um hospital, diz o documento.
Ainda, segundo o documento, Piccolo, sem saber do incidente, discou o celular dela, mas um espectador atendeu e o informou sobre o que tinha acontecido. Ele foi ao hospital, onde membros da equipe lhe disseram que Tangsuan tinha morrido.
Uma autópsia descobriu que ela tinha níveis elevados de laticínios e nozes em seu organismo, de acordo com a queixa. O relatório da autópsia disse que sua forma de morte foi um acidente. Também observou que os testes foram conduzidos após sua morte e que sua validade e significância “não foram estabelecidas”.
Tangsuan era médica da NYU Langone Health e morreu por ingerir alimentos que de alguma forma foram submetidos a uma contaminação com os alérgenos que ela não podia ingerir.
Mais sobre o processo
Piccolo está processando a Disney e pedindo uma indenização de US$ 50 mil (cerca de R$ 270 mil) mais custas judiciais.
A Disney quer que o processo nos tribunais seja interrompido e que a disputa seja resolvida fora do tribunal, em um processo chamado arbitragem.
A defesa argumenta que a companhia não pode ser levada ao tribunal porque, em seus termos de uso, diz que os usuários concordam em resolver quaisquer disputas com a empresa por meio de arbitragem.
Ela diz que Piccolo concordou com esses termos de uso quando se inscreveu para um teste gratuito de um mês de seu serviço de streaming.
A Disney acrescenta ainda que Piccolo aceitou esses termos novamente ao usar sua conta Disney para comprar ingressos para o parque temático em 2023.
Arbitragem significa que a disputa é supervisionada por um terceiro neutro que não é um juiz. Geralmente ocorre em processos mais rápidos e baratos do que um processo judicial.
Eu sinceramente, não sei o que falar sobre esse caso, esperaria apenas que, culpados ou não, a Disney se posicionasse de outra forma. Buscando realmente acolher a grave situação, acolher a família envolvida e avaliar seus processos para identificar as falhas e tomar as devidas ações.
Sempre falo que não conformidade acontecem, erros acontecem, estamos sujeitos a eles o tempo todo e nem sempre uma falha diz sobre nós, mas, a forma que reagimos mediante uma não conformidade, mediante uma falha, essa diz muito sobre uma empresa ou sobre uma pessoa.
Há muito do que entender sobre esse caso, há uma pessoa que perdeu a vida por comer algo que não foi seguro para ela, há um marido sem esposa, uma mãe sem filha, pacientes sem a sua médica. Sem saber sobre o restaurante ser ou não ser o culpado, acredito que considerando o encantamento da Disney, admiradores como eu, não esperavam esse posicionamento.
Vamos aguardas as cenas dos próximos capítulos.
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Fonte da Imagem: Freepik
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