Recalls devem atingir pico

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Recalls de alimentos e bebidas devem atingir pico dos últimos 5 anos

Um artigo publicado por Robert Manning na Food Safety Magazine traz insights valiosos para a indústria de alimentos e bebidas. Com mais de 30 anos de experiência, Manning aponta os 5 precursores que podem estar por trás do aumento dos recalls, que devem atingir o maior nível dos últimos 5 anos.

Apesar de novas regulamentações e programas de segurança dos alimentos, os recalls de alimentos e bebidas estão aumentando. Manning aponta 5 precursores que podem estar por trás desse cenário e como as empresas podem agir para evitar falhas caras e proteger a confiança do consumidor.

Recalls de alimentos e bebidas devem atingir pico dos últimos 5 anos

PERCURSOR 1: A liderança é a base de tudo! Quando os líderes priorizam apenas a produção e deixam a segurança dos alimentos em segundo plano, os riscos aumentam. Líderes que investem em sistemas, treinamento e recursos, e que se envolvem ativamente com suas equipes, inspiram uma cultura de responsabilidade e melhoria contínua. Quando a segurança dos alimentos, a qualidade e as operações estão alinhadas, toda a organização se beneficia: os riscos são minimizados, a confiança do consumidor é protegida e a eficiência operacional melhora.

PERCURSOR 2: Cultura: Superpoder ou desafio Na indústria de alimentos e bebidas, onde os riscos operacionais são altos, uma cultura forte é essencial. Mas quando a liderança não se engaja ou não promove valores, os resultados podem ser desastrosos. Um dos maiores erros é a falta de visibilidade da liderança no chão de fábrica.

Outro desafio é a falta de disciplina na execução de políticas e procedimentos. Mesmo com regras claras, a inconsistência na aplicação pode levar a falhas críticas. Mudanças sem um processo de gestão adequado só pioram a situação.

PERCURSOR 3: Infraestrutura e equipamentos Infraestrutura e equipamentos são a espinha dorsal de qualquer operação. Mas quando não são monitorados periodicamente, tornam-se uma grande fator de riscos. Telhados, pisos, drenos, paredes, iluminação, tratamento de água e vapor, gelo e todos os utilitários essenciais precisam de inspeções constantes. Sem manutenção adequada, esses elementos podem se deteriorar silenciosamente, levando a falhas futuras.

O mesmo vale para os equipamentos de produção. Manutenções preventivas, conforme recomendado pelos fabricantes, são essenciais. No entanto, algumas empresas reduzem a frequência de manutenção,

PERCURSOR 4: Sanitização: a base de tudo É a base da segurança dos alimentos. Ainda assim, muitas vezes é ignorada nas operações de fabricação. Quando a sanitização é negligenciada, os riscos de falhas aumentam drasticamente.

Cortar custos, pular ciclos de limpeza ou ignorar o cronograma de sanitização pode parecer inofensivo no curto prazo, mas, com o tempo, a segurança do produto final cai. E o pior: muitas vezes, os problemas só são descobertos depois que o produto já foi enviado, resultando em recalls e danos à reputação.

PERCURSOR 5: Manutenção: a prevenção Quando a manutenção não é realizada ou desviada das recomendações dos fabricantes (isso inclui calibrações), os riscos de falhas operacionais aumentam significativamente. Algumas empresas reduzem ou modificam os cronogramas de manutenção sem entender completamente os riscos.

Mas não basta seguir apenas as recomendações dos fabricantes. É preciso considerar as condições específicas da operação, como turnos de produção prolongados, mudanças nos protocolos de limpeza e uso excessivo de equipamentos. Esses fatores aceleram o desgaste e exigem ajustes nos cronogramas de manutenção para evitar falhas prematuras.

Outro desafio é o nível de habilidade da equipe de manutenção. A alta rotatividade de funcionários, comum em muitas indústrias, cria lacunas de conhecimento que podem levar a procedimentos inadequados. Por isso a importância de treinamentos periodicamente.

Recall Brasil em 2023

Fonte: Food Safety Magazine

Keli Lima
Keli Lima

CEO da BR Quality e Estilo Food Safety, especialista em Qualidade e Segurança dos Alimentos. Atua como consultora, mentora e auditora líder em normas de Food Safety e ESG.

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