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As hepatites virais são um desafio global de saúde pública. Unir prevenção, diagnóstico precoce e boas práticas de higiene alimentar é essencial para reduzir a incidência dessas doenças. A cultura de segurança dos alimentos é um dos pilares na prevenção das hepatites A e E.
As hepatites virais continuam entre os maiores desafios da saúde pública mundial. No Brasil, o impacto é expressivo, exigindo ações contínuas e coordenadas.
Entre os cinco tipos principais — A, B, C, D e E —, destacam-se A e E. Elas se transmitem pela via fecal-oral, através de água ou alimentos contaminados.
As hepatites B e C também preocupam. Embora transmitidas principalmente por sangue ou relações sexuais desprotegidas, elas exigem atenção em locais com procedimentos invasivos inseguros.
Segundo o Boletim Epidemiológico de 2024, o Brasil confirmou mais de 785 mil casos entre 2000 e 2023. Esses números mostram a gravidade do problema.
Em 2023, havia cerca de 1,1 milhão de pessoas com hepatite B crônica. Além disso, aproximadamente 510 mil brasileiros viviam com hepatite C.
Globalmente, a OMS estimou, em 2022, 254 milhões de pessoas com hepatite B crônica e 50 milhões com hepatite C.
Essas doenças causaram cerca de 1,34 milhão de mortes anuais. Por isso, prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado são indispensáveis.
A hepatite A representa de 2 a 7% dos surtos alimentares globais.
No Brasil, frutos do mar crus e hortaliças contaminadas são fontes frequentes.
Apesar da vacinação, incorporada ao calendário infantil em 2014, os surtos permanecem. Em São Paulo, até julho de 2025, foram 974 casos, um aumento de 90%.
A hepatite E é menos comum no Brasil. No entanto, preocupa em regiões com saneamento precário, sendo associada ao consumo de água contaminada ou carne suína malcozida.
A ligação entre hepatites virais e alimentos é evidente. Falhas de higiene em toda a cadeia produtiva aumentam o risco de transmissão.
Assim, a cultura de segurança dos alimentos precisa ser fortalecida. Boas Práticas de Fabricação e HACCP são ferramentas essenciais para essa proteção.
Um estudo de 2025 com 1.043 lares brasileiros revelou falhas graves. Apenas 3,07% utilizavam termômetros para conferir o cozimento correto de carnes.
Além disso, 64,9% usavam a mesma tábua para carnes cruas e vegetais, facilitando contaminações. Apenas 32,7% lavavam embalagens antes de armazenar alimentos.
Esses comportamentos elevam a probabilidade de surtos de doenças transmitidas por alimentos, como hepatites A e E.
Prevenir essas doenças exige ações conjuntas. A vacinação contra hepatites A e B é essencial para manipuladores de alimentos e grupos de risco.
O consumo de água tratada e a higienização adequada de frutas, verduras e utensílios reduzem riscos. Além disso, cozinhar bem carnes e frutos do mar é fundamental.
Estabelecimentos precisam cumprir normas sanitárias com rigor. Dessa forma, treinamentos regulares ajudam manipuladores a manter ambientes e utensílios adequados para segurança alimentar.
Consumidores devem praticar boas medidas domésticas. Por isso, higienizar alimentos e manter temperaturas corretas de armazenamento e preparo é essencial.
Estados e municípios devem investir em monitoramento e campanhas educativas, como o Julho Amarelo e o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites.
Essas campanhas incentivam testes rápidos gratuitos no SUS e aumentam a conscientização sobre prevenção e tratamento.
Além disso, o diagnóstico precoce e o tratamento reduzem complicações graves, como cirrose e câncer de fígado, melhorando a sobrevida.
Para hepatite C, antivirais de ação direta apresentam taxas de cura acima de 95%. Já a hepatite B pode ser controlada com antivirais específicos.
O acesso ampliado a esses tratamentos deve ser prioridade nas políticas públicas.
Por fim, dados de 2000 a 2024 revelam crescimento das hepatites B e C e maiores taxas de hepatite A nas regiões Norte e Nordeste.

As hepatites virais são um desafio global de saúde pública. Unir prevenção, diagnóstico precoce e
boas práticas de higiene alimentar é essencial para reduzir a incidência dessas doenças. A cultura
de segurança dos alimentos é um dos pilares na prevenção das hepatites A e E.
Fontes:
Ministério da Saúde (Brasil) – Boletim Epidemiológico das Hepatites Virais 2024