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A Importância do INS de Aditivos Alimentares

A Importância do INS de Aditivos Alimentares

Na indústria de alimentos, a segurança, o controle e a padronização dos ingredientes utilizados são fundamentais para proteger a saúde dos consumidores e garantir a transparência no consumo. Um dos sistemas que contribuem para essa organização é o INS – International Numbering System for Food Additives, ou Sistema Internacional de Numeração para Aditivos Alimentares.

O que é o INS?

O INS é um sistema de numeração padronizado desenvolvido pelo Codex Alimentarius, programa conjunto da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) e da OMS (Organização Mundial da Saúde). O objetivo do INS é fornecer uma referência internacional uniforme para os aditivos alimentares utilizados em todo o mundo.

Cada aditivo aprovado recebe um número único, que serve como identificador universal, independente da linguagem ou do nome químico. Por exemplo:

  • INS 330 corresponde ao ácido cítrico.
  • INS 621 é o glutamato monossódico.
  • INS 150d refere-se ao corante caramelo IV.

No Brasil, a ANVISA divulga uma lista dos aditivos autorizados para uso no Brasil com seus respectivos INS.

Por que o INS é importante?

1. Padronização Global

O uso do INS facilita o comércio internacional de alimentos. Produtos fabricados em diferentes países podem seguir os mesmos padrões e códigos, o que ajuda na harmonização das normas entre nações e blocos econômicos.

2. Transparência para o Consumidor

Ao listar os aditivos nos rótulos com seus respectivos números INS, os fabricantes ajudam consumidores e profissionais da saúde a identificar e rastrear os compostos presentes nos alimentos, mesmo quando os nomes variam de um idioma para outro.

3. Regulação Sanitária

Agências reguladoras como a ANVISA (Brasil), EFSA (Europa) e FDA (EUA) utilizam os números INS como base para suas listas de aditivos permitidos, limites de uso e classificações de segurança. Isso garante controle e rastreabilidade, especialmente em casos de intoxicação ou reações adversas.

4. Segurança dos alimentos

Através do INS, os aditivos passam por avaliações toxicológicas e são classificados conforme seu uso: conservantes, corantes, antioxidantes, espessantes, estabilizantes, entre outros. Isso permite definir limites máximos de uso com base em critérios científicos, como a Ingestão Diária Aceitável (IDA).

O INS no Rótulo: Como o Consumidor Vê

No Brasil e em muitos países, é comum que os aditivos sejam informados no rótulo por sua função seguida do número INS ou do nome do composto. Exemplo:

  • “Conservador INS 202” – que indica sorbato de potássio, um conservante.

Essa prática contribui para um consumo mais consciente, especialmente entre pessoas com alergias, restrições alimentares ou preocupações com aditivos artificiais.

O que pode variar de um país para outro?

Apesar da padronização dos números, a autorização para uso e os limites de cada aditivo podem variar conforme a legislação local. Veja alguns exemplos:

  • INS 110 (Amarelo Crepúsculo): permitido em alguns países, mas restrito ou proibido em outros devido a possíveis efeitos adversos, como reações alérgicas.
  • INS 621 (Glutamato monossódico): amplamente usado, mas com restrições em alimentos infantis em certos países.
  • INS 951 (Aspartame): permitido pela ANVISA e FDA, mas seu uso pode ser mais limitado na União Europeia em certos produtos.

O Codex Alimentarius traz uma relação de todos os aditivos, suas possíveis aplicações e o INS, mas, cada país faz suas adequações a partir desta orientação do Codex

Diferenças de como o INS aparece no rótulo

  • União Europeia: os aditivos aparecem com a letra “E” antes do número (ex: E330), mas os números são os mesmos do INS.
  • Brasil e países da América Latina: geralmente o número aparece como “INS 330” ou apenas o nome do aditivo.
  • Estados Unidos: não usam o INS no rótulo, preferem o nome do composto, como “Citric Acid”, mas a FDA reconhece os números INS como referência técnica.

O INS de aditivos alimentares é uma ferramenta essencial para garantir a segurança, rastreabilidade e clareza na produção e consumo de alimentos processados. Para os profissionais da área de saúde, nutrição e vigilância sanitária, conhecer esse sistema é crucial para a atuação técnica e para orientar a população sobre os riscos e benefícios do uso de aditivos. Já para o consumidor, o INS é uma ponte entre a informação técnica e o direito à escolha informada.

 

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Keli Lima
Keli Lima

CEO da BR Quality e Estilo Food Safety, especialista em Qualidade e Segurança dos Alimentos. Atua como consultora, mentora e auditora líder em normas de Food Safety e ESG.