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Microplásticos na Água e nos Alimentos: Impactos e Prevenção

A presença de microplásticos na água e nos alimentos tem se tornado uma preocupação crescente para a saúde humana e para o meio ambiente, no entanto essas partículas invisíveis a olho nu estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia. Mas quais são os riscos e como podemos evitá-los?

O que são microplásticos?

Os microplásticos são pequenas partículas de plástico, com menos de 5 mm de diâmetro, dessa maneira classificadas em dois tipos:

  • Microplásticos primários: Produzidos diretamente nesse tamanho para uso em cosméticos, produtos de limpeza e tecidos sintéticos.
  • Microplásticos secundários: Resultantes da degradação de plásticos maiores, como garrafas, sacolas e embalagens descartáveis.

Como os microplásticos contaminam a água e os alimentos?

Essas partículas chegam aos oceanos, rios e solo por meio de:

  • Descarte inadequado de plásticos.
  • Lavagem de tecidos sintéticos.
  • Uso de produtos de higiene com micropartículas.
  • Degradação de embalagens plásticas.

Essa contaminação atinge toda a cadeia alimentar, impactando:

Frutos do mar e peixes, que ingerem microplásticos na água.
Água potável, já que os sistemas de filtragem nem sempre os eliminam.
Alimentos embalados em plástico, devido à migração de partículas.
Sal marinho e açúcares, que podem ser contaminados durante a produção.

Quais são os riscos para a saúde?

Embora os impactos dos microplásticos na saúde humana ainda estejam sendo estudados, já há indícios de que essas partículas podem:

Causar inflamações no sistema digestivo.
Interferir no sistema endócrino, devido a substâncias químicas presentes nos plásticos.
Aumentar o risco de doenças metabólicas e câncer, segundo estudos iniciais.

Pesquisas recentes sobre microplásticos

Microplásticos nos alimentos: Um estudo da Universitat Autònoma de Barcelona revelou que saquinhos de chá fabricados com polímeros liberam milhões de partículas de microplásticos e nanoplásticos. (Leia mais)

Microplásticos em organismos animais: Mais de 1.300 espécies já foram afetadas, e a quantidade de microplásticos pode dobrar até 2040 se medidas urgentes não forem tomadas. (Leia mais)

Microplásticos no corpo humano: Estudos detectaram um aumento significativo na concentração de microplásticos no cérebro, sendo 7 a 30 vezes maior do que no fígado ou rins. (Leia mais)

Como reduzir a ingestão de microplásticos?

Evite embalagens plásticas, optando por vidro ou aço inoxidável.
Não aqueça alimentos em recipientes plásticos no micro-ondas.
Use filtros de água capazes de reter partículas minúsculas.
Reduza o consumo de descartáveis, como sacolas e garrafas PET.
Prefira cosméticos sem microesferas plásticas, comuns em esfoliantes.
Evite roupas de poliéster e use máscaras em áreas com alta poluição.

O futuro da segurança dos alimentos frente aos microplásticos

A ciência segue investigando o impacto dos microplásticos, mas algumas regulamentações já foram implementadas. A União Europeia e o Canadá proibiram o uso de microplásticos em cosméticos, enquanto o Brasil ainda estuda regulamentações.

A indústria alimentícia busca embalagens biodegradáveis para minimizar a contaminação. No entanto, a mudança depende de governos, empresas e consumidores.

Devo tratar o microplástico no meu APPCC?

Embora os microplásticos não sejam considerados contaminantes físicos, incluí-los no APPCC pode fortalecer a segurança dos alimentos. Algumas medidas preventivas incluem:

Controle da água: Implementação de filtros que retenham partículas menores que 0,1 µm.
Embalagens seguras: Preferência por materiais sem risco de migração plástica.
Monitoramento de matérias-primas: Avaliação de fornecedores para reduzir a contaminação.
Boas práticas de fabricação: Redução do contato dos alimentos com plásticos desnecessários.

Agora queremos saber: Você já pensou sobre os impactos dos microplásticos na sua alimentação? E na sua empresa, considera os microplásticos no APPCC? Compartilhe suas opiniões

 

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Keli Lima
Keli Lima

CEO da BR Quality e Estilo Food Safety, especialista em Qualidade e Segurança dos Alimentos. Atua como consultora, mentora e auditora líder em normas de Food Safety e ESG.