Por Natalia Longo Furtado
#alimentonutriçãosegurança
Estudos mostram que o consumo mundial de sal está além do recomendado. Segundo a OMS, a maior parte das pessoas consome o dobro das cinco gramas de sal recomendadas por dia. O consumo excessivo de sódio e açúcar pela população brasileira foi identificado pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2008-2009 . No Brasil, o consumo médio é de aproximadamente 9,3 g de sal por dia, praticamente o dobro de g recomendados.
A meta da OMS é reduzir em 30% o consumo global de sódio até 2025 e em maio deste ano lançou um novo conjunto de padrões para reduzir o consumo de sal em mais de 60 categorias de alimentos. Estes novos padrões são ponto de partida para que os países possam rever políticas para redução do consumo de sal na população.
No Brasil, existe o Plano Nacional de Redução de Sódio, onde diversos setores da indústria de alimentos se comprometeram, de forma voluntária, reformular a quantidade de sal em um grupo de alimentos considerados prioritários. Os Termos de Compromisso estabelecem metas de redução de sódio para diversas categorias de alimentos industrializados.
O monitoramento do cumprimento deste Plano no país é realizado em ação coordenada pela Gerência de Hemo e Biovigilância e Vigilância Pós-Uso de Alimentos, Cosméticos e Produtos Saneantes – GHBIO / GGMON / Anvisa e executada pelas vigilâncias sanitárias (Visa) estaduais, municipais e do Distrito Federal, pelos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) e por outros laboratórios públicos.
O relatório mais recente disponibilizado é o que temos o resultado de 2019, que foi publicado, pela Anvisa em novembro de 2020.
Para o ano de 2020, as atividades de monitoramento, segundo a Anvisa, foram temporariamente suspensas devido à pandemia, apesar de serem consideradas prioritárias, e não há um resultado até o momento.
Foram analisadas no último monitoramento as seguintes categorias: cereal matinal, empanados, macarrão instantâneo, maionese, batatas frita e palha, sopas, salsicha, salgadinho de milho, temperos, biscoito, bolo e mistura para bolo, presuntaria, margarina, hamburguer, caldos, pão de forma, queijo muçarela, linguiça, requeijão e bisnaguinha.
Podemos destacar que 67% das amostras apresentaram teor de sódio satisfatório, ou seja, abaixo dos valores pactuados para cada categoria de alimentos.
Os cereais matinais, empanados, macarrões instantâneos e maioneses foram as categorias com melhores resultados, apresentaram 100% das amostras com valores de sódio abaixo do estabelecido.
Aproximadamente um terço das amostras ainda não conseguiram atender ao compromisso firmado relacionadas ao conteúdo de sódio.
Foi constatado que os pães bisnaguinhas e as linguiças tiveram uma redução importante do cumprimento da meta de sódio no último ano em comparação com 2018.
Este ano teremos, em setembro, A Cúpula dos Sistemas Alimentares das Nações Unidas e, em dezembro, e a Cúpula de Nutrição para o Crescimento, que reunirão partes interessadas para transformar os sistemas alimentares. Proporcionando oportunidades para esforços nacionais, regionais e globais para melhorar o ambiente alimentar e fazer compromissos, incluindo a limitação do sódio em alimentos processados.
Por enquanto, vamos aguardar as informações do novo monitoramento, e que este movimento seja visto cada vez por mais fabricantes e consumidores como uma estratégia importante para saúde de todos nós e de nossos familiares, além de uma eminente demanda de mercado, uma vez que o consumo excessivo de sal é responsável pelo agravamento de doenças cardíacas, doenças renais, obesidade, gastrite, câncer e doenças hepáticas.
Mais uma vez ressaltamos que as escolhas e o equilíbrio na alimentação faz toda diferença, então, reduza o uso de sal na sua cozinha, antes de colocar sal naquela salada, avalie se você não pode saborea-la naturalmente!
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