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Por: Keli Lima Neves
#culturadesegurançadosalimentos
Costumo falar sobre assuntos relacionados a Segurança dos alimentos e hoje vou me aventurar e trazer um tema diferente, mas não alheio ao nosso meio, pelo contrário!
Durante as nossas atividades profissionais somos envolvidos por situações cheias de emoções o tempo inteiro e nossas ações/decisões muitas vezes são tomadas no auge da emoção, sem muito tempo para pensar e com isso, podemos acabar nos arrependendo depois, ou, ferindo a nós e aos outros.
Eu pensei muito em como trazer esse assunto para nossos dias e não achei um super motivo, então, simplesmente trouxe e trouxe porque acredito que todo profissional, seja ele de Food Safety ou de qualquer outra área precisa trabalhar muito as emoções e as ações tomadas a partir de uma emoção!
Para exemplificar, vou compartilhar uma breve história:
* * *
Um capitão, ainda bastante jovem, tinha acabado de se formar na Escola de Oficiais da Marinha e estava servindo num grande navio de guerra.
Sua frota estava fazendo exercícios num arquipélago, em meio a milhares de ilhas. Eles já estavam chegando no final do dia, o tempo estava péssimo, com névoa densa e a visibilidade muito ruim.
Num certo momento, o vigia avisou ao comandante que havia uma luz piscando do lado direito. O comandante perguntou se a luz estava constante ou em movimento, e o vigia confirmou que a luz estava parada e num curso de colisão.
O comandante mandou uma mensagem para o suposto navio informando que ele estava numa rota de colisão e que seria necessário mudar seu curso em vinte graus, imediatamente.
Recebeu a seguinte mensagem: “- É melhor vocês mudarem seu percurso imediatamente”.
O capitão pensou que a tripulação do outro navio não sabia quem ele era e transmitiu outra mensagem: “- Eu sou um capitão, por favor mude seu percurso em vinte graus”.
Veio outra mensagem: “- Eu sou marinheiro de segunda classe, senhor, e estou alertando que é preciso mudar o curso do seu navio, senhor”.
O comandante ficou enfurecido e enviou sua mensagem: “- Estou no comando da mais importante nau da frota. Não podemos manobrar tão rápido. Mude seu curso imediatamente. Isto é uma ordem!”
Então, o comandante recebeu a mensagem final: “Senhor, é impossível mudar nossa rota. Isto aqui é um farol”.
* * *
Compartilhei essa história, mas, poderia ter exemplificado com tantos outros casos, histórias nossas de dia-a-dia, do nosso ambiente de trabalho, da nossa vida, mas achei melhor exemplificar com algo que não soasse muito a nossa realidade.
Nesta pequena história poderíamos render uma conversa sobre “Arrogância”, “Agilidade emocional”, “Comunicação” e tantos outros temas.
Fiquemos neste momento apenas com a falta de uma pergunta do marinheiro “- Por que?”, e a falta desta pergunta pode nos demonstrar tudo isso acabei de escrever.
Arrogância: o marinheiro se achava tão superior que não se permitia colocar em uma posição de entender o “porquê”, afinal, ele é um super marinheiro da mais importante nau da frota.
Comunicação: uma falha de comunicação nas duas vias, o faroleiro poderia desde o inicio informar “Senhor, seu navio está em direção ao Farol onde sou o faroleiro e é necessário que o senhor mude o curso para não colidir”, ou, o marinheiro poderia ter questionado o “porquê” quando o faroleiro informou que não poderia mudar a rota e ele poderia ter recebido tantas respostas, fosse realmente outro navio, quem sabe o fato de não mudar de rota, fosse a necessidade de ajuda, mas não, o marinheiro, preferiu acreditar que era uma briga de egos.
O fato é que em qualquer uma das situações, faltou Agilidade Emocional, seja na falta de uma comunicação assertiva ou na exposição de arrogância.
Deixo aqui um exercício para todos nós:
Pegue esta história do marinheiro e do faroleiro e leve para o seu dia-a-dia, mas cuidado, não faça o exercício se colocando no lugar do faroleiro, escolher situações onde comprovadamente estávamos certos é fácil, reflita sobre histórias que você fez o papel de marinheiro.
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