pexels-qmicertification-design-243125480-12324202

Principais Normas de Certificação de Segurança dos Alimentos

Por: Keli Lima Neves

Principais Normas de Certificação de Segurança dos Alimentos 

Quando o assunto é certificação em Segurança dos Alimentos, ainda existe dúvida sobre qual caminho seguir? Qual a melhor certificação para cada tipo de negócio?

 

Principais Normas de Certificação de Segurança dos Alimentos 

As normas de certificação foram desenvolvidas para garantir que alimentos sejam produzidos, processados e comercializados de forma segura. Essas certificações são baseadas em padrões internacionais e ajudam a estabelecer confiança entre consumidores, indústrias e diferentes governos. Ela traz uma chancela, como se, indiferente do país e das legislações de cada país, quando a empresa está certificada em uma norma internacional de conhecimento comum entre os países, todos tem a mesma comunicação e entendimento e os produtos possuem similares controles e segurança.

 

Na minha opinião, as certificações deveriam ser a cereja do bolo, deveria ser algo que pudesse acontecer de maneira mais natural e de certa forma que nem precisasse ser exigido como limitação para aprovação, principalmente dentro do próprio território. Sim! Porque hoje, estas certificações não são solicitadas apenas para acordos internacionais, mas sim e com muita frequência para acordos entre empresas brasileiras. Se tivéssemos confiança do nosso processo, na responsabilidade que carregamos por estarmos na cadeia de alimentos, seguíssemos as legislações do nosso país e implementássemos da forma apropriada os programas de Segurança dos Alimentos, não precisaríamos de uma certificação para demonstrar o que é nossa responsabilidade. Infelizmente a realidade hoje não é essa e a certificação seja para negociações nacionais ou internacionais se torna uma poderosa maneira de assegurar que o fornecedor, a indústria tem padrões de segurança dos alimentos estabelecidos, conhecidos e comuns entre as organizações.

 

Muitas empresas inclusive, só passam a realmente implementar os programas de segurança dos alimentos, quando buscam uma certificação.

 

E vale lembrar: um dos requisitos de qualquer norma é que a empresa atenda todas as legislações vigentes pertinentes ao seu negócio.

Principais Normas de Certificação de Segurança dos Alimentos 

Aqui estão as principais normas de certificação de segurança dos alimentos, algumas diferenças e os pontos positivos de cada uma.

 

ISO 22000

A ISO 22000 é um padrão internacional que fornece uma estrutura para sistemas de gestão da segurança dos alimentos. Ele é aplicável a todas as organizações na cadeia alimentar, incluindo produtores, transportadores e distribuidores. Sempre que você buscar uma certificação ISO22000, verifique qual a ISO complementar ao seu negócio. Pois, existem as ISO/TS que são Especificações Técnicas e trazem as informações específicas para cada setor. Exemplo:

  • ISO/TS 22002-1 – Programas de pré requisitos na segurança dos alimentos – Processamento industrial de alimentos
  • ISO/TS 22002-2 – Programas de pré requisitos na segurança dos alimentos – Serviços de alimentação
  • ISO/TS 22002-3 – Programas de pré requisitos na segurança dos alimentos – Produção primária (Farming)
  • ISO/TS 22002-4 – Programas de pré requisitos na segurança dos alimentos – Produção de embalagens
  • ISO/TS 22002-5 – Programas de pré requisitos na segurança dos alimentos – Transporte e estocagem
  • ISO/TS 22002-6 – Programas de pré requisitos na segurança dos alimentos – Alimentação animal

Principais características:

  • Baseia-se nos princípios do HACCP (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle).
  • Integra gestão da segurança dos alimentos com outras normas ISO, como a ISO 9001 (Gestão da Qualidade).
  • É flexível, podendo ser usada por organizações de diferentes portes.

Pontos positivos:

  • Estrutura integrada que facilita a adoção em empresas já certificadas com outras normas ISO.
  • Abrange toda a cadeia de suprimentos, promovendo uma visão holística.

É importante destacar que esta norma não é uma norma reconhecida pela Global Food Safety Initiative (GFSI) e por isso existem limitações em relação a sua aceitação em alguns mercados.

 

FSSC 22000 (Food Safety System Certification)

É um sistema de certificação baseada na ISO 22000 + a ISSO TS correspondente ao setor + os requisitos adicionais da FSSC 22000. É uma norma reconhecida pela GFSI e é amplamente aceita por grandes varejistas e B2B.

Principais características:

  • Adiciona requisitos técnicos complementares ao padrão ISO 22000.
  • Possui um enfoque maior em programas de pré-requisitos (PRPs).

Pontos positivos:

  • Aceitação global por empresas da cadeia de alimentos.
  • Estrutura flexível que permite fácil integração com outras normas.
  • Alinhamento com requisitos específicos de grandes indústrias.
  • Publicam documentos com orientações para aplicação de requisitos adicionais.
  • Reconhecida pelo GFSI.

 

BRCGS (British Retail Consortium Global Standards)

BRCGS é amplamente adotado por varejistas no Reino Unido e na Europa. Ele se concentra em produtos acabados e na cadeia de fornecimento.

Principais características:

  • Foco na qualidade, autenticidade e segurança dos alimentos.
  • Permite avaliação detalhada de fornecedores e subcontratados.

Pontos positivos:

  • Alta credibilidade no mercado europeu.
  • Facilidade de auditoria devido a sua abordagem detalhada.
  • Aborda Qualidade e Segurança dos alimentos.
  • Reconhecida pelo GFSI

 

SQF (Safe Quality Food) 

O SQF é amplamente reconhecido na América do Norte e aborda tanto segurança quanto qualidade dos alimentos.

Principais características:

  • Dividido em dois níveis: segurança alimentar (nível 2) e qualidade alimentar (nível 3).
  • Foco em produtos e processos específicos.

Pontos positivos:

  • Combina segurança dos alimentos com qualidade, diferenciando-se de outras normas.
  • Fácil implementação para empresas exportadoras nos EUA.
  • Reconhecida pelo GFSI.

 

IFS (International Featured Standards)

O IFS é comum na Europa, mais utilizados para fornecedores de alimentos processados. Ele é popular entre supermercados e varejistas.

Principais características:

  • Foco em produtos de marca própria e na satisfação dos requisitos de varejistas.
  • Alta padronização das auditorias.
  • Integração com ferramentas digitais para auditoria e rastreabilidade.

Pontos positivos:

  • Excelente para fornecedores que lidam diretamente com grandes redes varejistas.
  • Alta especificidade para alimentos processados.
  • Integração com sistemas digitais modernos.
  • Reconhecida pelo GFSI.

A escolha da norma de certificação depende do tipo de operação, mercado-alvo e requisitos específicos de clientes ou reguladores. Cada norma tem suas vantagens, mas todas compartilham o mesmo objetivo: garantir alimentos seguros e de alta qualidade para os consumidores. Ao implementar qualquer uma dessas certificações, as empresas demonstram compromisso com a segurança dos alimentos, aumentando a confiança de clientes e parceiros.

 

Certificações em Segurança dos Alimentos: porquê certificar?

Fonte da Imagem: Pexels

Tags: No tags

Adicione um comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos obrigatórios estão marcados com *

dois + 15 =