Dados sobre a fome no Brasil e no mundo

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Clara Takayama Arbach Por: Clara Takayama #alimentonutriçãoesegurança A fome é o retrato mais cruel da desigualdade social e, infelizmente, essa ainda é uma realidade para várias pessoas ao redor do mundo, levando muitos à desnutrição e à morte. A Organização das Nações Unidas, junto de seus órgãos acessórios Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e Programa Mundial de Alimentos (WFP) são alguns dos responsáveis por monitorar e combater a fome em escala mundial. Segundo a FAO, em seu último relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo” (The State of Food Security and Nutrition in the World), houve um drástico agravamento do número de pessoas em Insegurança Alimentar e Nutricional no ano passado, possivelmente associado à pandemia de Coronavírus e a consequente recessão que dificultou o acesso a alimentos. Saiba mais sobre Segurança Alimentar e Nutricional  Porém, a fome já vinha se alastrando mesmo antes da chegada da pandemia. A situação foi ainda pior para países afetados por guerras, desastres naturais, recessões econômicas e desigualdades sociais, os quais são considerados os principais fatores determinantes da insegurança alimentar e nutricional. A estimativa é que aproximadamente um décimo da população mundial passou por fome em 2020. O relatório indicou que metade dessas pessoas são asiáticos, mais de um terço são africanos, seguido, por fim, de uma parcela menor de latino americanos e caribenhos. Devastados por guerras civis, os países africanos estão entre os que apresentam mais dificuldade para combater a fome. Quanto à prevalência, o aumento mais considerável foi também na África, em que 21% da população passou por fome, sendo mais que o dobro das outras regiões. A inacessibilidade de uma alimentação saudável persistiu para três bilhões de crianças e adultos, principalmente por causa do custo elevado dos alimentos. Similarmente, o indicador de prevalência de insegurança alimentar moderada ou grave também apresentou pioras, com mais de 30% da população global sem acesso a uma alimentação adequada durante o ano todo. Quem muito saiu prejudicado nessa história foram as crianças. A alimentação insuficiente entre esse grupo se manteve e a estimativa é que pelo menos 149 milhões de crianças menores de 5 anos possuíam a forma crônica de desnutrição, ou eram muito baixas em relação à idade, ou muito magras para a altura. Além disso, outros grupos também foram afetados, como as mulheres em idade reprodutiva, sendo que cerca de um terço delas estava anêmica.

A fome no Brasil:

A FAO mostrou que, no ano de 2014, o Brasil conseguiu sair do Mapa da Fome. Essa conquista foi devido a uma série de ações, programas e políticas voltadas para a transferência de renda e para melhorar o acesso aos alimentos, como o Fome Zero, o Bolsa Família e o Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar. Porém, essa situação não se manteve, e a partir de 2016, com cortes orçamentais, seguido do cenário pandêmico e de recessão econômica em que o país entrou, a fome voltou a crescer. Segundo o último relatório da FAO, o Brasil esteve com 18,3% de sua população em situação de insegurança alimentar e nutricional moderada ou grave, entre 2014 e 2016. Já entre 2018 e 2020, esse número subiu para 23,5%.

Quais as possíveis soluções para a fome?

A transformação dos sistemas alimentares é sem dúvidas uma das partes mais importantes para garantir a segurança alimentar. De acordo com os fatores (ou combinação de fatores) desencadeadores da insegurança alimentar que cada nação possui, o relatório orienta a criação de políticas relacionadas a/ao: -Estabelecimento da paz em áreas de conflito, a fim de impedir que as pessoas vendam seus bens em troca de comida; -Apoio dos grupos mais vulneráveis através de programas de transferência de renda, de forma a auxiliar na aquisição de alimentos; -Auxiliar a aquisição de alimentos nutritivos pelas pessoas, que pode ser feito aumentando a oferta de alimentos enriquecidos e incentivando o acesso de agricultores familiares aos mercados, por exemplo; -Combate à desigualdade estrutural através da transferência de tecnologia e programas de certificação nas cadeias de alimentos das comunidades mais vulneráveis; -Oferta de uma dieta equilibrada para estudantes e trabalhadores, em todas as etapas da vida; -Educação Alimentar e Nutricional, levando conhecimento à população sobre as melhores técnicas de preparo dos alimentos, de forma a preservar seus nutrientes e evitar seu desperdício. Referências:  https://www.fao.org/3/cb4474en/online/cb4474en.html https://www.fao.org/brasil/fao-no-brasil/brasil-em-resumo/pt/  

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