Esse pó pode ser aplicado como ingrediente pela indústria alimentícia de forma mais eficaz e com maior apelo nutricional do que as estratégias que existem hoje. Os cientistas fizeram uma mistura das oleoresinas (extratos obtidos a partir de plantas e especiarias) de páprica e de canela, da gordura de palma (extraída de frutos da palmeira e muito utilizado na cozinha) e de uma gordura vegetal comercial (composta de uma mistura de palma e soja) — todos ingredientes naturais e amplamente utilizados em produtos alimentares.
“A indústria de alimentos enfrenta hoje inúmeros desafios para reduzir a utilização de conservantes sintéticos em busca de produtos de melhor qualidade e apelo nutricional. Extratos naturais como os óleos essenciais vêm sendo utilizados, mas, devido à sensibilidade dos compostos a fatores externos como luz, temperatura e oxigênio, utilizá-los na forma de um pó de maior estabilidade pode ser interessante”, detalha Fernanda Ramalho Procópio, doutora em Engenharia de Alimentos e primeira autora da pesquisa.
O macarrão não é apenas carboidrato. Uma xícara (cerca de 145 gramas) de macarrão cozido contém cerca de 38g de carboidratos, 7,7g de proteínas e 0,6g de gordura. Além disso, tem toda a água que é absorvida ao cozinhar — e muitas vitaminas e minerais. Fala-se muito sobre a redução da ingestão de carboidratos para perder peso, mas lembre-se de que os carboidratos se apresentam em diferentes formas e em diferentes alimentos. Alguns deles, como o macarrão, oferecem outros benefícios. Outros, como bolos e pirulitos, agregam muito pouco.
Segundo a nutricionista Kristy Soraya Coelho, o macarrão é um alimento rico em carboidratos. Portanto, é pura fonte de energia. Nesse sentido, não há uma diferença nutricional significativa entre os tipos de massa. “No entanto, sempre que possível, recomenda-se o consumo de alimentos integrais. A massa integral é feita com o grão íntegro, apresentando um melhor perfil de minerais e vitaminas, e principalmente de fibras”.
O estudo
O estudo foi coordenado pela professora Miriam Dupas Hubinger, da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp e por Paulo José de Araújo Sobral, pesquisador do FoRC e professor da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (FZEA-USP), o estudo foi publicado na revista Food and Bioprocess Technology.
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