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Como os compostos fenólicos inibem a comunicação das bactérias

Cientistas desvendam como  os compostos fenólicos inibem a comunicação das bactérias.

Fonte: Alimentos sem Mitos

Você sabe o que são compostos fenólicos? Eles são metabólitos secundários sintetizados abundantemente no reino vegetal e amplamente estudados que atuam principalmente como agentes de defesa em resposta a estresses causados aos frutos e vegetais, conferindo-os adstringência, coloração, sabor e aroma. 

Pesquisadores do Centro de Pesquisa em Alimentos (Food Research Center – FoRC) e da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos detalharam como os principais compostos fenólicos, que são [dos mais de 10 mil existentes] atuam nas bactérias patogênicas mais conhecidas, como Pseudomonas aeruginosa, Salmonella e Serratia marcescens [patógenos importantes em humanos e animais] e constataram que baixas concentrações desses compostos já são suficientes para inibir a comunicação das bactérias.

Mas como inibir a comunicação das bactérias?

O quorum sensing (sensor de quórum, em tradução livre) é um sistema de comunicação intercelular mediado por sinais químicos que é usado por bactérias para coordenar, por exemplo, ataques em massa a um hospedeiro por meio da produção de fatores de virulência. Desde a década de 2000, já se sabia que esse sistema de comunicação poderia ser inibido por extratos de plantas contendo compostos fenólicos e vários estudos vêm sendo feitos para compreender seus mecanismos. Faltava, porém, detalhar e estruturar esse conhecimento para abrir caminho com vistas a possíveis aplicações.

Classificação de sistemas

Para orientar aplicações futuras, foram classificados os possíveis sistemas de inibição do quorum sensing: específico, não-específico e indireto — sendo que os dois últimos foram só recentemente associados à inibição por compostos fenólicos. 

Esses inibidores específicos agem diretamente nas proteínas que produzem ou recebem as moléculas pelas quais as bactérias se comunicam; é como se fossem “ruídos” impedindo a correta interpretação da informação recebida pelos micro-organismos e algumas enzimas também atuam nesse mecanismo específico, pois são capazes de degradar as moléculas sinalizadoras, causando um silenciamento na comunicação. 

Os inibidores não-específicos, por sua vez, atuam em vias intracelulares que regulam as moléculas mensageiras, afetando indiretamente as vias de comunicação por quorum sensing que também são influenciadas por esses mensageiros intracelulares. Já os inibidores indiretos atacam de maneira mais abrangente outras vias envolvidas na produção de enzimas e proteínas, interferindo no metabolismo global do micro-organismo e, consequentemente, afetando a comunicação bacteriana.

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Possíveis aplicações desses mecanismos de inibição

O conhecimento desses mecanismos de inibição poderá ser utilizado no desenvolvimento de fármacos, embalagens ativas de alimentos, produtos de limpeza, entre outras aplicações que possibilitem aumentar a segurança no controle de bactérias. A grande esperança é que tenha também potencial para ajudar a resolver um problema de saúde pública relevante: a resistência microbiana a antibióticos. 

 

A cientista de alimentos Emília Maria França Lima, primeira autora do artigo, cujo trabalho é fruto de sua tese de doutorado explica que quando usamos um antibiótico, por exemplo, eliminamos as bactérias, mas, à medida que esse antibiótico vai sendo utilizado, muitas vezes de forma indiscriminada, acabamos selecionando bactérias resistentes que surgem por meio de mutações ou aquisição de genes de resistência. “Portanto, unir os antibióticos aos compostos fenólicos pode ser uma estratégia promissora”, afirma Lima.

 

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