Norovírus: a relação com os alimentos contaminados

Você já ouviu falar em norovírus? O tipo de vírus já era conhecido pelos pesquisadores há muitas décadas, mas, em 2021, um surto de doenças no estado do Rio Grande do Sul fez o debate sobre os tratamentos voltarem à tona. Neste conteúdo, vamos mostrar de que forma os alimentos estão relacionados à contaminação e como podemos evitar sua propagação

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Por: Keli Lima

 

O que é norovírus

O norovírus é um tipo de vírus de fácil contágio, que pode ser transmitido por meio da ingestão de água e alimentos contaminados ou do contato com pessoas infectadas. O tempo de transmissão gira em torno de 4 semanas depois do início dos sintomas. Em imunos suprimidos, a eliminação do vírus pode se estender por meses após a manifestação da doença. Apesar de provocar uma doença gastrointestinal, o norovírus, segundo a Fiocruz, é diferente de outras gastroenterites por atingir, em sua maioria, indivíduos adultos.

Além disso, ele é capaz de sobreviver por longos períodos em superfícies e objetos tocados por pacientes com o vírus. Quanto maior for a quantidade de material orgânico, mais rápida é a sua proliferação.

Os sintomas da infecção são semelhantes aos de outras viroses, como o rota vírus. Com duração média entre 1 e 3 dias, os sintomas da contaminação por norovírus podem incluir:

●Diarreia intensa;

●Dor abdominal, principalmente ao evacuar;

●Vômito;

●Dor de cabeça;

●Fraqueza;

●Cansaço;

●Mal estar;

●Febre alta;

●Desidratação, em casos mais graves;

A presença de um ou mais dos sintomas que acabamos de mostrar é um grande indício de contágio, mas o diagnóstico só é confirmado por testes moleculares realizados diretamente nas fezes. O tratamento para a gastroenterite consiste no repouso e na ingestão frequente de líquidos, principalmente água. Para evitar a proliferação do norovírus, o ideal é que a pessoa infectada fique isolada.

Durante o período de recuperação, é importante redobrar os cuidados com alimentação, mantendo uma dieta leve, sem a ingestão de alimentos crus ou de origem desconhecida. Se o paciente apresentar febre, pode ser necessário o uso de um antitérmico. Para saber qual é o remédio mais adequado, é fundamental procurar um médico

Como evitar a propagação do norovírus

O norovírus pode apresentar resistência ao cloro presente na água tratada e, por isso, é muito difícil evitar a disseminação do vetor somente pelo tratamento da água. Por ser um vírus com alta capacidade de mutação, o desenvolvimento de um imunizante torna-se ainda mais complicado. A melhor forma de evitar sua propagação, portanto, é através de medidas implementadas no dia a dia. Separamos algumas ações para, de forma simples, reduzir as chances de contágio e de transmissão do norovírus. Veja a seguir:

Não compartilhe objetos pessoais

Não compartilhe talheres, toalhas e produtos de higiene pessoal. A precaução não deve ser só em relação aos objetos, já que as superfícies também podem estar infectadas. Se alguém do seu convívio for diagnosticado com norovírus, redobre esses cuidados. Caso não seja possível fazer um isolamento total, utilize máscaras descartáveis e evite levar as mãos à boca, aos olhos e ao nariz.

Consuma água de fontes seguras

Como vimos anteriormente, a água é uma das fontes de disseminação do norovírus. Para frear o contágio, é importante, se possível, consumir apenas água de fontes seguras. Quando a água é tratada e filtrada, as chances de contaminação são reduzidas. Lembre-se de que ela será necessária não só para sua hidratação, como também para a higienização correta dos alimentos, que também podem conter o vírus. Consumir água de fontes alternativas, como minas e poço artesiano, não é sinônimo de água“ pura ou segura”, essa água, precisa ser analisada, pois não sabemos as contaminações do local onde esse poço ou essa mina estão inseridos e isso pode envolver contaminações com elementos químicos impróprios para o consumo humano.

Lembre-se também de atentar para origem da água para obtenção de gelo. A qualidade da água da indústria de alimentos e dos restaurantes também é fator de preocupação, por isso, existem legislações e programas que esses estabelecimentos precisam seguir.

Lave bem os alimentos

Alimentos mal lavados ou crus podem conter não só o norovírus como também micróbios, bactérias e outras substâncias nocivas à saúde. Lavar os alimentos na água corrente ajuda a diminuir os resíduos de sua superfície, mas a atitude não é suficiente para que verduras, frutas e legumes sejam considerados higienizados. Vamos mostrar algumas dicas para fazer a limpeza adequada. O primeiro ponto é priorizar a lavagem dos alimentos, pensando nas questões nutricionais, o ideal é higienizar logo antes de cozinhá-los. Antes e depois de manusear qualquer alimento, lave as mãos com água e sabão. Utilize água fria para preparar a solução para as verduras, com a proporção de 1 litro de água para1 colher de sopa de água sanitária. Deixe as folhas imersas por 10 minutos. Enxague abundantemente em água corrente e deixe secar naturalmente.

Higienize as mãos com frequência

As mãos são as principais fontes de transmissão quando falamos em contato entre indivíduos e entre pessoas e objetos. Por isso, é fundamental lavar as mãos ao manipular alimentos, antes e depois de ir ao banheiro, ao trocar fraldas e encostar em superfícies potencialmente contagiosas. O mais indicado é lavar com água corrente e sabão. Caso não seja possível na hora, façao uso do álcool em gel.

Para saber mais sobre segurança dos alimentos e sobre formas de proteger sua saúde, acompanhe os conteúdos da Semear.

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